Orquídeas adoram e precisam de muita água para não abortar.
As condições climáticas apresentadas no nosso meio são favoráveis àquelas ideais para as orquídeas. A temperatura natural é favorável, além de um ambiente úmido. As orquídeas em geral prosperam bem de 10oC a 30oC com a umidade relativa 64 do ar entre 50 e 80%. A temperatura ideal para as Cattleyas, por exemplo, é de aproximadamente 22oC, mas elas resistem facilmente a temperaturas ligeiramente superiores a 30oC ou inferiores a 10oC, desde que não permaneçam expostas a tais
extremos por tempo prolongado. No Brasil não há necessidade de aquecimento artificial, porém as plantas precisam ser protegidas do vento frio e úmido, especialmente durante o inverno.
Um fator que permite a diminuição da quantidade de ventos é a posição em que a estrutura é montada para abrigar a produção de orquídeas. Dessa forma, a posição sul deve ser evitada, pois os ventos do sul são os mais prejudiciais, sendo a posição nordeste a melhor opção. A colocação de quebra ventos naturais como renque de árvores é uma opção que colabora com essa exigência dessas plantas. Por outro lado, o calor muito forte deve ser compensado com regas mais intensas ou água pulverizada no ambiente e sobre as folhas e se o piso for de concreto, molhe-o bem, pois a evaporação aumentará a umidade do ar. Entretanto, há orquídeas que suportam temperaturas mais baixas, como Cymbidium, Odontoglossum, Miltonias colombianas, todas nativas de regiões elevadas. Outras já não toleram o frio. É o caso das orquídeas nativas dos pântanos da Amazônia, como C. aurea, C. eldorado, C. violacea, Diacrium, Galeandra, Acacallis. Assim, devemos cultivar orquídeas que se aclimatem no lugar em que vão ser cultivadas.
Caso contrário, o cultivo será muito mais trabalhoso, muitas vezes resultando em perda da planta. Felizmente, no Brasil, a variação de temperatura é adequada para milhares de espécies, algumas se adaptam melhor no planalto, outras nas
montanhas, outras nos vales ou no litoral, mas justamente a variação de clima e topografia propicia a riqueza de espécies que temos. A boa ventilação é um fator muito importante para o êxito da cultura de orquídeas.
Procurar sempre um lugar bem arejado e ventilado para a construção de um ripado ou uma estufa. Apenas nas regiões frias as plantas devem ser protegidas durante o inverno, fechando um pouco os lados da estufa ou ripado para evitar correntes de ar frio sobre as plantas. O mesmo não acontece nas regiões de clima quente ou ameno, onde o arejamento deverá ser permanente. É importante salientar, a umidade relativa do ar, atente bem para a umidade da região do cultivo, mas não possibilitar corrente de ar.
A irrigação é um ponto importante para manejo dessa cultura. A regra mais importante do cultivo é evitar irrigações nas horas mais quentes do dia.
Plantas que possuem folhas delgadas, sistema radicular pouco desenvolvido e desprovido de pseudobulbos exigem regas mais frequentes (diárias ou em dias
alternados). As plantas com pseudobulbos grossos necessitam de duas regas por semana, sendo uma terceira realizada apenas em épocas muito quentes. Em épocas frias é recomendado manter o ambiente úmido sem que sejam realizadas irrigações frequentes.
Plantas jovens em fase de desenvolvimento de brotos, raízes e inflorescência, necessitam de irrigações frequentes e mais abundantes, diferente de plantas em estágio de rustificação e durante a floração, que exigem apenas umidade atmosférica elevada, com irrigações moderadas. No período de repouso de pós-floração, é 65 necessário diminuir ainda mais a irrigação. Porém, as plantas recém transplantadas não devem ser irrigadas nos primeiros dez dias, apenas borrifadas com gotículas de água, sem encharcar o substrato, aumentando conforme o desenvolvimento da planta.
Cattleya autumnalis, Laelia purpurata e os Dendrobium requerem irrigações moderadas na fase de pré-florescimento